Nesse tempo árido que a escola é uma indústria e a
Comunidade escolar é clientela, a Gestão autoritária delineia a necessidade de
traçar um Perfil para cada Educador, atribuindo-lhe classes que não fazem parte da sua história de vida e da sua
verdade.
Como disse uma Gestora, “Decido com a razão e não com o
coração, aqui quem atribui classes sou eu, e atribuo de acordo com o perfil de
cada Professor”.
E então, cada educador que ficou insatisfeito, vai cumpri-lo
com amargura, porque sabe dentro dele que gostaria de poder optar ou de poder
influir a sua colocação na Rede.
Como já se iniciou o ano, contrariado, as coisas tendem a
dar errado, e aquela classe fica como um prato de salada de nabos e berinjelas que ele tem que engolir o ano todo, como uma
dieta alimentar.
Ou até quando a sua falta de jeito com aquilo, o faz perder
a estribeira e a classe em uma Educação que se diz democrática, e pagar com a
própria fome e despejo a autoridade de quem não fica na sala de aula, só recebe
comunicados e relatórios (mentirosos) de um Coordenador ou Diretor
inexperiente, que quer prejudicar o docente por razões pessoais.
Uma autoridade burocrática que vem da sala de ar condicionado
e informatizada, versus a sala de aula
apinhada, sem recursos materiais i suficientes,sem lápis e borrachas
suficientes, onde a professora ou o professor, muitas vezes tem que comprar,
porque criança sem material escolar fará bagunça e a culpa recairá outra vez na
Professora que, de acordo com o parágrafo tal, alínea tal “não tem controle da
classe”.
Uma mesma docente, que, cambaleou de sono todas as quintas
feiras e abandonou a família sábados
para receber o Curso “Plano de
alfabetização para a idade certa” , com uma bolsa ínfima que muitas vezes
atrasava.
A supervisora que
julga e executa, como juiz, num exercício de arbitrariedade, não apareceu uma
só vez na sala de aula, durante o ano
letivo.Muito menos a Coordenadora do PNAIC em Assis.
O Chefe do Executivo está sempre viajando , não pode receber
a Professora, e a Secretária da Educação
vive em Reunião;
Esse quadro é silenciado pela resignação docente que prefere
obedecer a máxima: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
Uma professora podia contar as costelas de seu último filho,
de tão magro que ficou, porque
durante sua gestação, ela ficou sem
emprego,foi despedida pelo burocrata mor do Projeto Ler e escrever, o falecido
Senhor Todo Poderosos Paulo Renato de Souza, porque
ao morar no interior não pode assumir sua sala de aula em São Paulo, sem
alimentação suficiente para ter um gestação que assegurasse a sua criança nascer
saudável e com um peso adequado.
Morava ao lado de uma escola do Estado, da qual, com três
anos de efetivo exercício, podia ser removida, como foram outros professores que tinha QI suficiente.
Existem histórias tristes e trágicas na Educação brasileira.
Inocentes são os professores idealistas e os seus filhos e
filhas que são substituídos pela sua Jornada de aula dada e HEs, submetido a
uma modalidade de Perfil, que muitas vezes são criadas por avós ou empregadas.
O perfil necessário é do professor ou da professora que
aceita tudo isso e obedecer a hierarquia, sacrificando sua vida no altar da
Burocracia e da Arbitrariedade.
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