CARTA ABERTA A POPULAÇÃO DE ASSIS
Recentemente, o Jornal Voz da Terra publicou uma carta aberta a população escrita pelo eminente Dirigente regional de Ensino, o Sr. Cleómenes Santana.
Nessa carta, ele dizia aos pais e mães de alunos e alunas que havia os bons professores em exercício nas escolas estaduais, apesar da greve e que os (maus) professores grevistas não haviam avaliado os efeitos psicológicos, físicos e financeiros que a greve trará;
Diz ainda que agora os aumentos salariais dos professores obedecem a regras e que o bom professor terá 25% de aumento ao ano em seu salário.
Gosto muito da pessoa do senhor Cleómenes.Ele me inspira simpatia.
Profissionalmente, não me amparou quando eu mais precisei.
Perdi a minha vaga depois de ter tido a minha vida seriamente prejudicada pelo desemprego involuntário que o Estado em colocou, suspendendo o meu salário e sabedor de que eu sou o arrimo da minha família com quatro filhos para criar.
Comuniquei ao senhor Cleomenes que eu tinha efetuado um empréstimo no Banco e que eu tinha comprado um carro financiado para trabalhar em Cruzália em substituição;
Todos fizeram ouvidos moucos aos meus lamentos.
Queriam que eu fosse morar em São Paulo, assumisse a minha ex-sala lá;
Ninguém se preocupou com os efeitos psicológicos, físicos e financeiros que essa falta de misericórdia causou em minha vida particular.
O senhor Paulo Renato de Souza já deve ter até trocado de carro esse ano, afinal de contas enquanto que eu tenho todo o perfil para virar moradora de rua.
Ipsis literis, facto factorum, todo docente tem a sua vida particular. E o Estado não está nem aí para os efeitos psicológicos, físicos e financeiros que as suas exigências descabidas trazem a vida dos docentes.
Quem já tem o seu emprego, pertence a elite e é até presidente de um Clube, não percebe o caos que é a vida de um professor ou professora pobre que depende unicamente de sue salário para sobreviver.
E o nosso querido amigo não contou que 25% de aumento é só para os professores da panelinha;
Os outros vivem em uma situação sub humana, que nem eu , que estou sem emprego por parte do Estado e que estou sendo despejada do imóvel que eu resido.
È uma vergonha absoluta!!
Deve ser porque eu sou uma menina má e uma professora má.
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