domingo, 20 de setembro de 2009

A Educação Moral e seus desdobramentos

Cinco Estudos de Educação Moral - Reflexões


Em uma atmosfera de autoridade e de opressão intelectual, não se constroem e nem se formam pessoas autônomas, que tem o seu pleno desenvolvimento assegurado, com as orientações corretas para a reciprocidade, segundo Ulisses de Araújo, (1996) na sua obra “Cinco estudos sobre a educação moral”.
A reciprocidade, entendida como um agir passivo, contra a violência, não deve esbarrar, contudo num eterno agir ingênuo que vitima a pessoa num círculo vicioso de anulação.
Deve ser uma reciprocidade investida de consciência, dos limites necessários para o exercício da liberdade de dizer não.
Dizer não é necessário.
A principal pergunta que eu me fazia ao assistir as aulas de Suzana era: “Se eu agir passivamente, como Jesus Cristo e Confúcio, será que o outro não vai interpretar mal a minha passividade e confundi-la com ingenuidade?”
Não tive oportunidade de explanar as minhas angústias, pois para os alunos e alunas, os comentários e as perguntas iriam roubar o tempo escasso em que essa conceituada professora dispunha para lecionar.
Por outro lado, como aluna, deve-se tomar cuidado com o que se fala principalmente perguntas, e o pensamento, a construção organizada de idéias ainda está se processando.
A Professora abria espaço para o diálogo, a troca de idéias, mas havia uma série de motivos para que esse diálogo não alcançasse seus objetivos.
Com a maturidade, tudo faz sentido, até como útil e necessário, e como instrumento a serviço do apreender a realidade e possivelmente, transformá-la, se necessário.
Nas escolas, com a violência e a falta de respeito cada vez mais evidente, se faz necessário pensar sobre essas questões e agir sobre elas.
Porém, tal atitude preventiva não deve ser confundida apenas como um estágio necessário para estudantes de Pedagogia e de Psicologia, mas com um agir de cidadania que pode prevenir e evitar comportamentos destrutivos.
Esse agir deve englobar a comunidade escolar e familiar, com ações efetivas para coibir o uso da violência em todas as suas formas.
Na Faculdade, em 2004, nas aulas com a Profª Suzana Menin, não pude interpretar a totalidade da sua ação quando como agora, confrontada com a realidade, percebo que a Educação da moralidade deve ser um dos tópicos da formação do pedagogo e do psicólogo, não sendo colocada na Grade curricular apenas como Optativa.
Estudos sobre comportamentos são mais necessários do que estudos sobre a Legislação no Ensino.
Se as pessoas não entendem nada de comportamento, no que tange a Educação Moral, os valores universais, como vão cumprir e respeitar a Legislação, com a sua letra fria e morta?
Seria a mesma coisa que dar um livro de Direito para um primata.Ele não saberia distinguir a utilidade daquilo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário