domingo, 20 de setembro de 2009

Carreira e Sucesso

Além das discussões de âmbito pedagógico, relacionados ao fazer do profissional da educação, existem outras questões que perspassam a sua vida, como um ser humano qualquer.


Licença-maternidade bem planejada é maneira eficaz de manter a carreira intacta

Contribuição: site "Carreira e sucesso"


Tatiana Aude
Acabamos de comemorar o Dia das Mães, e por falar nelas, foi-se o tempo em que para ser mãe era necessário abdicar da carreira profissional. Hoje em dia, as mulheres tentam conciliar ao máximo as duas áreas da vida: a maternidade e a realização profissional. O que nem sempre é fácil, porém com planejamento pode tornar o processo de saída temporária da empresa menos complicado e traumático e a dedicação ao bebê recém chegado mais concreta e generosa. Há empresas que seguem uma linha de pensamento aberto e que encaram bem a notícia de uma gravidez na equipe. Outras, mais conservadoras e burocráticas recebem a notícia como uma bomba prestes a explodir. Se este último caso é o seu, é necessário pensar em como fazer sua saída sem traumas e manter seu emprego depois do tempo de estabilidade. “Levando-se em consideração o local em que se trabalha, é possível planejar a gravidez e comunicar a decisão à empresa com antecedência. Esta é uma das maneiras mais eficientes de evitar eventuais conflitos. Além disso, com exceção de indicação médica contrária, as mulheres grávidas podem trabalhar, normalmente, até o nono mês. Procurar agendas médicas fora do expediente é uma boa medida para não prejudicar o próprio desempenho”, orienta o diretor da Clínica Genesis e especialista em ginecologia e obstetrícia, Dr. Aléssio Calil Mathias. Um fator que desde a década de 60 até hoje não muda é a sensação de culpa das mães que, mal saem de licença, já sofrem por ter que, passados quatro a seis meses, retornar às atividades e deixar os pequenos aos cuidados de babás ou familiares. “Flexibilidade é muito importante na conciliação da carreira com a maternidade. Quem pensa que excelente mãe é aquela que acompanha tudo o que o filho faz, o tempo todo, engana-se, pois uma relação saudável com o filho é construída na qualidade do vínculo mãe-criança, e isso não tem a ver com um maior número de horas disponíveis para ele”, pondera. Para ajudar as futuras mamães a agirem antes, durante e depois do período de licença-maternidade, de forma a manter o emprego em paralelo à atividade materna, o consultor de Recursos Humanos e vice-presidente da Associação Paulista de Gestores de Pessoas (AAPSA), Reinaldo Chaguri, dá algumas orientações. “Uma mulher grávida que quer sair da empresa com uma boa imagem profissional, deve tomar a iniciativa e preparar o terreno para minimizar problemas de ordem funcional que a saída pode provocar ao setor ou ao departamento onde trabalha”. Ele recomenda: Antes da licença • Esforçar-se para manter o ritmo de trabalho, respeitando os limites da saúde e evitando, portanto, receber avaliações negativas de sua competência profissional; • Antecipar-se e, num diálogo franco com seu líder, dispor-se a treinar outra pessoa para substituí-la; • Deixar preparado, e por escrito, roteiros, passo a passos, indicações e nomes de contatos (além de todo tipo de informação) que venha a facilitar o trabalho de seu (sua) sucessor (a); • Esforçar-se, até mesmo com horário suplementar no trabalho, para mostrar ao líder sua preocupação com a sua ausência posteriormente; • Faltar ou chegar atrasada apenas em situações inevitáveis. É preciso deixar transparecer ao líder, e ao ambiente de trabalho, que tais faltas ou atrasos são, de fato, necessárias e não abusivas. Durante a licença • Quando entrar em licença, a profissional não deve demonstrar que esqueceu a empresa completamente. Se agir dessa forma, deixa a sensação, para o líder, que ela tinha um baixo comprometimento com a corporação. É importante, vez ou outra, telefonar para saber como vão as coisas ou se sua substituta precisa de alguma informação ou orientação. • Receber visitas de colegas para se informar ou enviar mensagens diretas ou indiretas também é importante. Essa atitude fortalece mais o vínculo com o líder e em consequência com a empresa. Ao retornar à empresa • No retorno à empresa e nas primeiras semanas, a profissional não deve fazer comentários aos colegas ou ao líder do tipo “eu tenho direitos legais” ou “tenho estabilidade como gestante”. Essa atitude enfraquece a profissional que passa a ser vista como não comprometida ou insegura. Ainda nos primeiros meses do retorno, deve se organizar em casa para evitar faltas ou atrasos constantes. Um líder voltado a resultados não vê com bons olhos esse comportamento, podendo, em alguns casos, entender como exagero ou abuso. Seguida as orientações dadas por Chaguri, se ainda assim a profissional for desligada da empresa, deve atribuir seu insucesso a alguns destes fatores, que ele cita. “Os casos de demissões, depois de encerrado o período de estabilidade, têm sua origem, normalmente na alienação total do trabalho durante o afastamento, faltas e atrasos antes e depois com uma dose de exagero ou sensação, para o líder, de abusos e, por fim, queda na produtividade ou na eficiência, seja pela baixa disposição física ou mental, ou por deixar evidenciado demais que o filho está em primeiro lugar".

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