sábado, 28 de julho de 2018

As mandalas na Psicologia Junguiana

Fonte: Psicanálise e Criatividade 
Sonia del Nero ; Ed. Vetor, 2004
Site: Vila do artesão

http://www.viladoartesao.com.br/blog/a-artista-e-leticia-leal-e-sua-arte-as-mandalas/
Wilkipedia; A enciclopédia livre 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wassily_Kandinsky

A mandala é o símbolo do centro, da meta, do self, enquanto totalidade psíquica... assim afirma Sonia del Nero.
As imagens de mandalas do Museu do Inconsciente organizadas por Nise da Silveira, mostram as mandalas dos pacientes esquizofrênicos em processo de tratamento e observa-se o que parece ser os recursos utilizados pelos psiquiatrias e psicólogos que seria a busca da  cura através da Arteterapia.

Em seu livro, del Nero faz distinção entre a obra produzida por um psicótico e um artista.O psicótico faz sua obra pelo acúmulo de energia do ego que sofreu um distúrbio.O artista é um ser inspirado pela criatividade que constrói um futuro, através da metamorfose.
Para descrever uma mandala, o espectador se vale de sua subjetividade. A minha subjetividade coloca na Arte do paciente não identificado de Nilse , a forma de um planeta Terra, cuja simbologia máxima seria a flor, como processo criativo e criador.No centro da mandala, está o rosto de uma pessoa, provavelmente o artista.Ele encontrou na Arte da mandala um dispositivo de proteção contra a maldade da serpente que envolve o mundo com o seu corpo, simbolizando o mal e a loucura que o impede de ser comum.

Essa mandala acima é uma obra de  Arte de Letícia Leal, uma artesã baiana muito importante que descobriu na confecção das Mandalas uma paixão e uma fonte de renda.
Minha subjetividade observa nessa mandala um inconsciente organizado e concêntrico, mostrando evolução e dotes artísticos refinados. A figura da flor também está presente que vem do centro, formando outras dimensões subjetivas e coloridas, dispostas de forma harmônica.
Como afirma Sonia del Nero , "as preciosas mãos do artista produzem obras que promovem diálogos profundos do espírito com o espírito.
Mas ao contrário do que pensa a autora do livro "Psicanálise e criatividade", vejo no traço do paciente de Nise harmonia e organização. Considerei fantástico  como o próprio paciente sente de forma inconsciente como é aprisionado pela sua loucura, representando-a na forma de uma serpente que cuida do mundo em que ele vive.
Todo conhecimento aprisionado também se revela: o formato circular do mundo, a serpente como simbologia do mal e da prisão mental que ele sofre, a escolha precisa das cores para compor sua obra.
Ambas mandalas apresentam um valor inestimável em seu processo criativo e criador.
Provavelmente, outras pessoas interpretarão de forma diferente os conteúdos das obras de Arte.
Destaco aqui também a obra de Vassily Kandinsky, que utilizava círculos em suas obras.
Sobre o círculo, Kandinsky disse que  "é a síntese das grandes oposições. Ele combina o concêntrico e o excêntrico numa única forma e equilíbrio. Das três formas primárias, o círculo é aquela que se direciona claramente para a quarta dimensão.
Essa frase do artista remete a um estudo sobre a questão da consciência e da subjetividade, em face da morta-
lidade humana. Resta saber se o artista estava se referindo  a estrutura quaternária da subjetividade humana,em seus 
processos conscientes disposta por Jung, ou a quarta dimensão de um existir que não conseguimos captar com os 
nossos sentidos.





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