domingo, 29 de abril de 2012


Trabalho em Equipe: desmitificando as teorias confrontando-as com a prática


Nas minhas crises profissionais, a ex-secretária da Educação me influía uma confusão no que era concernente ao meu papel: “Seja Educadora”.
Em uma época em que o ranço do racismo e do autoritarismo permeiam as relações escolares, ser educador somente não parece bastar.
Hoje, refletindo sobre o trabalho em equipe, e estudando a minha Pós Graduação em Gestão escolar, compreendo em parte o que ela queria dizer.
Ser Educadora é esperar apesar de toda a desesperança. É entender, que apesar do ranço do machismo, do autoritarismo e do racismo, ser Educadora é soberano.
Não é fácil o papel que se assume quando a profissão é trabalhar com o conhecimento.
De alunos e ouvintes, vestimos a casaca figurativa do Educador.
Uma crisálida transformando-se em borboleta.
No meu portfólio da Disciplina ministrada pela Profª Ana Maria Menin , escrevi uma poesia falando sobre essa transformação necessária.
Eu disse que era emiliana. A ingenuidade e a sede de saber do Emílio de Rousseau (que ministrava ensino para esse aluno  imaginário e soube-se que descuidou dos próprios filhos);A tagalerice ingênua da Emília de Lobato.
“Ter a autoridade de um Professor”;
A autoridade de um Educador não basta, porque, como afirma Guacira Louro, não somos professores, nos tornamos professores.
E lutamos contra a maré, remamos contra a maré, contra o preconceito e a inveja, a antipatia, a perversidade;contra a experiência dos mais velhos em confronto com a nossa prática em construção,contra a desesperança que se abate,quando ao planejarmos uma aula, não conseguimos ministra-la a contento.
Tem dia que nos falta tudo.
Então surge a perspectiva de trabalhar em equipe. Os colegas educadores, cada qual a sua maneira, me fez observar os meus erros e configurar a reflexão-ação-reflexão-ação.
Sei que ainda devo caminhar mais para que eles e elas identifiquem em mim a Educadora que ainda está saindo da crisálida.
Olho para trás e as lágrimas me chegam aos olhos.
Não esqueço do caminho que me trouxe até aqui. Meu coração chagado na paixão pela educação,como Madalena Freire.
Outras possibilidades me acenam.
A falta de não poder ter sabedoria para conquistar o espaço que é meu, mantendo a serenidade necessária.
Ter a autoridade de uma Educadora e superar esses  anseios e embates de almas que se  ferem e me ferem dentro de uma Caverna mitológica.
Lembro-me de outra história, bem metafórica: a águia quando vai ao topo da montanha, passa por um processo de mutação do seu bico e de suas penas.
Para que caia o bico e as garras antigas, ela deve batê-lo com força sobre as pedras. E esperar que nasça um novo bico, novas garras, novas asas,para que se lance ,soberana em um novo voo.
Corre-se o risco de morrer.
Todo esse processo de transformação, metafórico, é doloroso.
Essa dor deve ser compartilhada e dividida, sair do egocentrismo, das verdades prontas e construir junto com o outro.
Trabalho em equipe.
Aprender a trabalhar em equipe que me remete a outra poesia de João Cabral de Mello Neto.
Em tempo de Twitter,sejamos aves que tentamos alçar vôos com as nossas asas feridas e curtas.
Com as nossas limitações, com os nossos afetos, na capacidade de afetar o outro.
Como um grande quebra- cabeças, meu livro preferido,de cabeceira,conhecimento prévio antes de entrar na Faculdade:”Pássaros feridos” Collen Mc Culough;
(Grata aos professores de Biologia da TV Escola que apresentaram um Documentário sobre aves e ministraram uma aula sobre o assunto no dia de hoje.)







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