domingo, 28 de março de 2010

Palestra de Gabriel- Algumas reflexões

Palestra de Gabriel Chalita




...Sobre as habilidades do sujeito




...As habilidades do sujeito evidenciam-se no momento em que está aprendendo. Cabe ao professor aflorar essas habilidades e desenvolvê-las do modo certo.

Se não souber como fazer pode até inibir o aflorar dessas habilidades.

Em sua palestra, no Clube da Terceira idade em 26 de Março, Chalita falou sobre três habilidades: cognitiva, social e emocional.

Ressaltou que as habilidades cognitivas, a dos conhecimentos e do saber fazer está circunscrito até ao ato de plantar uma horta ou cozinhar.

Isso é bonito e muito puro.

Pois quem imaginava que a palestra do Professor Gabriel seria impregnada de termos difíceis e eruditos pensou errado.

O tempo todo, nessa linguagem pura e simples de um bom menino, ele falou ao coração das pessoas e não ao seu intelecto, diretamente. Falou também ao intelecto, mas a sua primazia é tocar o coração das pessoas.

A propósito, a Secretária da Educação abriu a palestra com um poema de Cora Coralina:

Não sei... Se a vida é curta

Ou longa demais pra nós,

Mas sei que nada do que vivemos

Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas

Não é ele o autor da Pedagogia do amor? Gabriel tem uma importância enorme, pois ele é construtor de conhecimento. E Chalita é filósofo e doutor em Semiótica.

“A semiótica é um saber muito antigo, que estuda os modos como o homem significa o que o rodeia” . (Wikipédia).

E a Pedagogia estuda também esse contexto humano.

Sempre me questiono o que ficou interiorizado em cinco anos de Curso. Hoje sei que as minhas colegas de Curso estão todas trabalhando. Creio que todas ainda estão com a mesma referência de saber que o nosso trabalho vai além de ser burocrata da educação.

Os professores comentavam que o Curso de Pedagogia só teria sua verdadeira relevância se a nossa missão fosse a de produzir conhecimento e lançar sementes.

.Muito daquilo apoiado pelas idéias de Freire e de Rubem Alves.

Luís Felipe Ponde perde quando afirma que o conhecimento das Ciências Humanas está pobre de cientificismo.(Folha de São Paulo) .

Hoje, Marcelo Gleiser,(Folha de São Paulo), que não crê em Deus afirmou no caderno “Mais” que o mito da ciência e do conhecimento científico em destruir a fé das pessoas não tem razão de ser. A Ciência está a serviço de auxiliar o ser humano na superação das dificuldades da sobrevivência. Crer ou não em Deus é uma escolha consciente que deve ser respeitada.

E o Curso de Pedagogia, como toda ciência humana, está centrada nas aquisições do sujeito em sua evolução como “homo sapiens”, e esse é o viés primeiro dos estudos que se fazem sobre a criatura humana, portanto, ciência pura.

Voltando ao palestrante, ele referiu-se as habilidades sociais, que é o de saber conviver bem no ambiente social, dentro do processo civilizado e civilizatório.

Que o docente deve respeitar a criatividade da criança e ter tolerância com seus comportamentos rebeldes. Nesse momento, foi muito apropriada a parábola das ovelhas, que é o significado da educação heterogênea, pois devemos ter muita atenção e educar todas as crianças, pois se uma criança fica sem receber nossa atenção e educação, é como se uma ovelha tivesse escapado do rebanho e se perdido.

Devemos ter cuidado com a nossa postura de educadores e lembrar que somos, de fato, educadoras e educadores.

Lembrou da iniciativa da Pastoral em sugerir que nas escolas se aconteça a Educação para a Paz. E que a educação pacífica começa com o conteúdo e não com a forma.

Resumo da ópera: aprendo com o outro a dar valor na minha vida.

Se as professoras e os professores não aprenderem a dar valor nas crianças que formam e informam, eles não podem, de fato e de verdade, enxergar em si a condição de cidadãos com potencialidades que virão ser se desabrochadas do jeito certo.

O sistema está aí , a serviço de reduzir nosso trabalho a uma forma capitalista: o aluno é o cliente, nós somos trabalhadores da educação, assinadores de pontos. ( Painel do Leitor, Folha, 28/03/10).

A minha pergunta final é a de querer saber, se além de Chalita, quem valoriza o professor?

Mas essa é outra questão e está centrada no sujeito professor.

A palestra foi centrada no sujeito aluno, afinal de contas. Embora, na realidade, nunca deixamos de ser alunos e alunas.

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