domingo, 21 de fevereiro de 2010

Concepções equivocadas

Concepção de ensino, concepção de aluno, concepção de professor





Já está comprometido o meu ensaio por causa das formas de nomenclatura do sujeito que iniciou o texto: as concepções também se referem a aluna e a professora.Mas o costume é baseado na complexidade da desigualdade de gêneros, utilizando o gênero masculino para se referir ao masculino e feminino, todavia, talvez pensem ser cansativo ficar falando o aluno e aluna, mas essa forma seria a correta .
Mas esse é o menor dos problemas.
O maior deles é essa concepção de aluno e de professor que está cristalizado na mente dos que trabalham com a educação e a forma com que trata o profissional de educação como se ele ou ela não tivesse vontade própria.
Fiquei consternada com o caderno que o Estado deu ao meu filho para que ele pudesse estudar. Feito de material reciclado lembrava em muito a cor do papel de pão.
Louvável a iniciativa de se aproveitar e reciclar, mas será que esse material está na carteira do neto do Paulo Renato e do José Serra?
Os alunos de uma escola estadual de São Paulo iniciaram o ano sentados em pedaços de papelão porque não tinham carteira, como diz o Caderno Cotidiano da Folha de São Paulo, sexta feira, dia 20 de Fevereiro.
Lembra muito as sobras de porco que os senhores jogavam fora e os negros recolhiam para colocar no seu feijão preto, dando origem a nossa afamada feijoada.
No meu entender, todas essas coisas fazem parte da concepção equivocada de aluno, de professor e de escola que tem os nossos governantes.
O que me resta pensar é que essas sobras e esses restos se juntam a imposição de deslocar-se da sua cidade para trabalhar onde o governo determina que você deva trabalhar.
Como senhores e escravos. E se você não fizer do jeito que manda, ra re ri ro rua;
Um policial militar em Assis se suicidou pois não agüentava ficar longe da mulher e da filha, quando foi obrigado a ir trabalhar em outra cidade.Banto.
A escrava que vos fala não pode ir morar na grande cidade, fazendo a vontade do grande senhor, então a porta da rua é a serventia da casa.
A democracia e a equidade estão muito longe de ser verdade. Vivemos uma pseudo democracia, travestida de assistencialismo e servidão. Isso é muito grave.
O Brasil ainda é escravista, a nomenclatura mudou.
Ao invés de senhores de engenho, temos o Estado.Ao invés de escravos e escravas, a massa famélica e falida.
E os afrodescendentes, cada vez mais sem dentes, por falta de dinheiro para comprar escova e pasta, lutam com unhas e dentes por um lugarzinho ao sol e alguns  de nós  acabam vendo o sol ir nascer quadrado , juntamente com os brancos pobres que não tem capital material o suficiente.