sábado, 26 de setembro de 2009

O menino do pijama listrado


A invenção da infância, de Philipe Arié, ainda vai ser tema desse blog.Crianças, em épocas históricas já foram submetidas as circunstâncias bem mais dolorosas do que o trabalho infantil.

Não estou fazendo apologia do trabalho infantil mas certos filmes nos fazem pensar a infãncia como uma contrução histórica e humana, com um viés duro demais e inaceitável.

Esse filme me fez refletir muito sobre a condição da criança no mundo contemporânei e ainda ficou aqui bem forte a característica da etimologia da palavra infância: sem fala.

As nossas crianças são aquilo que nós fazemos com o que elas sejam.






Sinopse: Bruno, de oito anos de idade, é o filho protegido de um oficial nazista cuja promoção leva toda família a deixar sua confortável casa em Berlim para seguir para uma área desolada onde o menino solitário não tem o que fazer e nem com quem brincar. Muito entediado e movido pela curiosidade, Bruno ignora as insistentes recomendações da mãe de não explorar o jardim dos fundos e segue para a “fazenda” que ele viu a certa distância. Lá ele encontra Shmuel, um menino da sua idade que vive uma existência paralela e diferente do outro lado da cerca de arame farpado. “O Menino do Pijama Listrado” é uma fábula cuja intenção é dar uma perspectiva singular sobre os efeitos que o preconceito, o ódio e a violência têm sobre pessoas inocentes, sobretudo crianças, durante a guerra. Através dos olhos vivos de um menino alemão de 8 anos de idade bastante protegido da realidade da guerra, nós testemunhamos uma amizade proibida que se desenvolve entre Bruno, filho de um comandante nazista, e Shmuel, um menino judeu prisioneiro de um campo de concentração. Apesar de separados por uma cerca de arame farpado, as vidas dos meninos acabam profundamente interligadas.

A Educação, um caminho possível


BOM DIA

Um bom dia hoje é para Alberto Bruschi, coordenador regional da APEOESP de Presidente Prudente, que foi meu colega no curso “Psicologia da Moralidade”, ministrado pela Profª Drª Maria Suzana Steffano Menin, da UNESP de Presidente Prudente, pela sua sensibilidade, companheirismo e espírito de liderança.


O TRABALHO INFANTIL
SEM OPÇÃO POSSÍVEL





A secretária da Educação de Assis, Ângela Canassa tem tido ótimas idéias para a inserção de crianças no quadro educativo, sem abandono ou evasão.
A Escola Beija-Flor tem sido uma boa proposta para os educandos que apresentam perfil para ingresso nesses quadros.
Mas é preciso fazer mais: deve-se ter a idéias de criar políticas públicas aliadas ao fazer educativo que possibilite as crianças das classes desfavorecidas o acolhimento e a permanência nos quadros educativos e fazê-los pensar a escola como preparação para a vida.
Uma vida digna e justa, como todos querem e merecem ter.
A sensibilidade da Secretária a permite ver, além de crianças com déficit de aprendizagem, as crianças que são super dotadas.
Pensa em criar um espaço para elas: O Projeto Jovem cientista que deve estar em processo de construção.
Um de seus projetos é criar uma escola que esteja atinente com a poesia que ela pediu para publicar no Jornal Voz da Terra, na época de sua posse.
O poema de João Cabral de Melo Neto, “Tecendo a manhã”.
“... Para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos...”
Tênue é o esforço do professor em ensinar verdadeiramente aqueles a quem a inculcação ideológica tem tirado o amor próprio e a auto-estima pelo ter e não o ser, nublando a sua alma.
O Pensamento e o sentimento evocado nessa poesia de Cabral de Melo Neto têm direcionado as ações de Ângela.
Ela tem feito um bom trabalho.
Tênue é a vida, tênue é a nossa fragilidade como seres humanos que hoje estamos aqui e amanhã poderemos ter passado como a névoa e a neblina.
Mas é dessa fraqueza que se tira a força para sermos mais e melhores.
Porque falar tanto da Ângela?
Porque ela tem uma importante e fundamental missão. Ela pode fazer a diferença na educação de Assis, usando uma frase feita: fazer a diferença.
Secretários anteriores, como o Professor Rubens Cruz, cuja preocupação era capacitar os professores e oferecer uma educação de qualidade, deixaram sua marca e sua contribuição.
De outros secretários eu não posso falar, já que eu sou nova na Rede.
Mas eu nunca vi dedicação a educação como a Secretaria Municipal de Assis.
No entanto, apesar da minha alegria e da minha compreensão para uma educação de qualidade sou criticada e às vezes, rejeitada.
Isso não é problema para mim, pois eu acredito nos meus ideais.
Existe a Angélica que pensa não existir outro mundo além daquele ao qual está acostumada.
Mas existe e este se contorce em dores e é problema de todos nós.
Existe o Guazzeli que fala em seu programa sobre coisas amenas, não querendo enfatizar a dor do mundo.
Existem muitas pessoas de bom coração e sensibilidade, mas que querem dar educação para os incluídos e não para os excluídos.
E é com os excluídos que devemos nos preocupar.
Pensar inclusive, em não excluir aqueles que se preocupam com os excluídos, tentando excluir essa pessoa como disse a minha irmã, “angustiante e angustiada’.
Ou seja, me excluir, inventando coisas que não me pertencem.
“Isso não me pertence mais, nê.”
As crianças pobres, sem a educação proporcionada pelas escolas não tem opção.
Não tem opção possível.
E é pelo caminho da Educação, que eu, outrora “vítima” do trabalho infantil, quero alicerçar as minhas bases.
Na lavoura, desde os sete anos de idade, tenho observado o mundo.
O que vitima a criança trabalhadora não é o esforço do labor.
È a ignorância dos que fazem a educação e a política, tentando reduzir as criaturas e as almas a subseres e a sub almas.
Para que nessa teia da vida, verdadeiras aranhas canibalistas, só elas apareçam para o banquete, a festa da vida.
O trabalho na lavoura em certa medida, edificou a minha alma.
Ensinou-me a dar valor a cada toquinho de lápis e a cada folha de papel.
Mas se existem outros caminhos para as crianças de hoje, porque não mostrar?
Criem uma educação inclusiva e oficinas que ofereçam cursos úteis para os jovens aprendizes.
Inclusive, plantar uma horta. Mexer com a terra faz bem.
Trabalho direcionado não mata ninguém, cura e edifica.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O trabalho infantil

O TRABALHO INFANTIL
NOVOS OLHARES E NOVAS PERSPECTIVAS




O foco desse blog agora é comentar a respeito do trabalho infantil. O Brasil, sendo um país com tanta desigualdade social ainda arranca dos frágeis ombros das crianças os impostos que são desperdiçados pagando serviçais para senadores e essa corja de políticos corruptos. Ricos comendo pobres, como disse o impagável Jô Soares certa vez.
Existem dois pilares que devem ser revistos: criança não pode trabalhar, mas com a desestrutura da sua família que alternativa resta?
O tráfico de drogas ou a prostituição, a vida de crimes.
Não quero ser ingênua para pensar que os criminosos só se tornaram assim pela desigualdade social.
A mente criminosa tem suas explicações centradas na Ciência do comportamento e nos desvios de personalidade.
Pobres que não tem caráter criminoso podem, no muito, furtar alimentos dos supermercados e roupas de lojas. Com essa conduta, motivada pela fome e pela desesperança, são punidos com a rigidez que cabe o delito de furto.
Quem não chega a tanto, vai pedir esmolas nas ruas e nas casas.
Dilemas morais como esse é objeto de estudo na Faculdade.
Mustaf Sing, por exemplo, morava numa aldeia muito pobre e tinha a mulher doente. A questão era a seguinte:
Para salvar a vida da mulher ele poderia furtar o remédio que precisava se lhe fosse acessível?
E as crianças brasileiras? O fracasso escolar através da evasão, da repetência, do bulyying, a falta de compromisso das famílias, torna o ambiente escolar inóspito.
Sem falar das posturas de alguns docentes arraigados na cultura alienada do ter versus ser que maltratam seus alunos e alunas como se eles e elas não fossem merecedores do seu labor.
Quais são as alternativas para as crianças brasileiras pobres?
O trabalho não pode ser uma alternativa viável.
Mas também não pode ter a perspectiva de sermos um país europeu, onde as crianças tem escola, moradia e uma vida digna.
O Brasil é o Brasil.


domingo, 20 de setembro de 2009

Realidade e Escola


A (I) MUTABILIDADE DAS REGRAS

As regras levaram muito tempo para ser construídas, e segundo Macedo (1996), et all, sua mutabilidade não é encontrada nas crianças.
A regra não é boa ou má em si, segundo algumas crianças do Estudo, mas ela é útil, pois regulamenta o viver em sociedade.
O que a criança pensa a respeito das regras escolares? Segundo esse estudo, devem ter sido inventadas por alguém superior: Deus ou a Diretora da Escola;
Para as crianças estudadas, as regras são sagradas e necessárias.
Na realidade da sala de aula, observei que se a professora ou o professor não sabe impor respeito, os construtos observados nesse contexto não tem sentido nem fundamento.
Em uma sala de aula de uma escola de periferia as crianças davam tão pouco valor as regras, que só ouvem e sossegam quando eu grito com elas e pareço muito brava.
Aos poucos foram me ouvindo e o respeito foi sendo construído com muita paciência e perseverança.
Percebi que alguns funcionários da escola temiam a reação dos familiares das crianças, como agressões de variados tipos fora da escola ou até mesmo dentro da mesma.
Senti-me refém e fui seriamente advertida pelos superiores hierárquicos quando eu comentei e mostrei que havia um procedimento jurídico adequado para esse tipo de violência se ela continuasse a ser praticada contra mim.
Funcionam em extremos: a autoridade jurídica ou policial para conter os excessos e o papel do diálogo como inútil.
Em outra reunião, com o MEC propondo a construção de uma comunidade escolar que privilegiasse o contato e a interação das famílias e das escolas, sugeri atividades artísticas e de leitura como aproximação.
Fui lembrada que essa aproximação já havia sido praticada e que não havia surtido o efeito esperado.
Então, esse Estudo tem o seu fundamento quando observa sobre a construção de regras escolares e a sua imutabilidade.
As regras são as seguintes:As Professoras devem estar em um extremo e as famílias em outro extremo. Os papéis não devem se misturar.
Quem ensina são os professores. Quem aprende é a Comunidade.
A Professora tem que ser “brava”. A fila, mesmo mista tem que cumprir uma ordem regular.Causa estranhamento as carteiras e as mesas dispostas em outro sentido.A relação deve ser vertical. O ensino deve ser transmissivo e conteudista.
Vai ser necessário muito tempo para qua a inovação do Ensino possa ser praticada na sala de aula.




A Educação Moral e seus desdobramentos

Cinco Estudos de Educação Moral - Reflexões


Em uma atmosfera de autoridade e de opressão intelectual, não se constroem e nem se formam pessoas autônomas, que tem o seu pleno desenvolvimento assegurado, com as orientações corretas para a reciprocidade, segundo Ulisses de Araújo, (1996) na sua obra “Cinco estudos sobre a educação moral”.
A reciprocidade, entendida como um agir passivo, contra a violência, não deve esbarrar, contudo num eterno agir ingênuo que vitima a pessoa num círculo vicioso de anulação.
Deve ser uma reciprocidade investida de consciência, dos limites necessários para o exercício da liberdade de dizer não.
Dizer não é necessário.
A principal pergunta que eu me fazia ao assistir as aulas de Suzana era: “Se eu agir passivamente, como Jesus Cristo e Confúcio, será que o outro não vai interpretar mal a minha passividade e confundi-la com ingenuidade?”
Não tive oportunidade de explanar as minhas angústias, pois para os alunos e alunas, os comentários e as perguntas iriam roubar o tempo escasso em que essa conceituada professora dispunha para lecionar.
Por outro lado, como aluna, deve-se tomar cuidado com o que se fala principalmente perguntas, e o pensamento, a construção organizada de idéias ainda está se processando.
A Professora abria espaço para o diálogo, a troca de idéias, mas havia uma série de motivos para que esse diálogo não alcançasse seus objetivos.
Com a maturidade, tudo faz sentido, até como útil e necessário, e como instrumento a serviço do apreender a realidade e possivelmente, transformá-la, se necessário.
Nas escolas, com a violência e a falta de respeito cada vez mais evidente, se faz necessário pensar sobre essas questões e agir sobre elas.
Porém, tal atitude preventiva não deve ser confundida apenas como um estágio necessário para estudantes de Pedagogia e de Psicologia, mas com um agir de cidadania que pode prevenir e evitar comportamentos destrutivos.
Esse agir deve englobar a comunidade escolar e familiar, com ações efetivas para coibir o uso da violência em todas as suas formas.
Na Faculdade, em 2004, nas aulas com a Profª Suzana Menin, não pude interpretar a totalidade da sua ação quando como agora, confrontada com a realidade, percebo que a Educação da moralidade deve ser um dos tópicos da formação do pedagogo e do psicólogo, não sendo colocada na Grade curricular apenas como Optativa.
Estudos sobre comportamentos são mais necessários do que estudos sobre a Legislação no Ensino.
Se as pessoas não entendem nada de comportamento, no que tange a Educação Moral, os valores universais, como vão cumprir e respeitar a Legislação, com a sua letra fria e morta?
Seria a mesma coisa que dar um livro de Direito para um primata.Ele não saberia distinguir a utilidade daquilo.

Carreira e Sucesso

Além das discussões de âmbito pedagógico, relacionados ao fazer do profissional da educação, existem outras questões que perspassam a sua vida, como um ser humano qualquer.


Licença-maternidade bem planejada é maneira eficaz de manter a carreira intacta

Contribuição: site "Carreira e sucesso"


Tatiana Aude
Acabamos de comemorar o Dia das Mães, e por falar nelas, foi-se o tempo em que para ser mãe era necessário abdicar da carreira profissional. Hoje em dia, as mulheres tentam conciliar ao máximo as duas áreas da vida: a maternidade e a realização profissional. O que nem sempre é fácil, porém com planejamento pode tornar o processo de saída temporária da empresa menos complicado e traumático e a dedicação ao bebê recém chegado mais concreta e generosa. Há empresas que seguem uma linha de pensamento aberto e que encaram bem a notícia de uma gravidez na equipe. Outras, mais conservadoras e burocráticas recebem a notícia como uma bomba prestes a explodir. Se este último caso é o seu, é necessário pensar em como fazer sua saída sem traumas e manter seu emprego depois do tempo de estabilidade. “Levando-se em consideração o local em que se trabalha, é possível planejar a gravidez e comunicar a decisão à empresa com antecedência. Esta é uma das maneiras mais eficientes de evitar eventuais conflitos. Além disso, com exceção de indicação médica contrária, as mulheres grávidas podem trabalhar, normalmente, até o nono mês. Procurar agendas médicas fora do expediente é uma boa medida para não prejudicar o próprio desempenho”, orienta o diretor da Clínica Genesis e especialista em ginecologia e obstetrícia, Dr. Aléssio Calil Mathias. Um fator que desde a década de 60 até hoje não muda é a sensação de culpa das mães que, mal saem de licença, já sofrem por ter que, passados quatro a seis meses, retornar às atividades e deixar os pequenos aos cuidados de babás ou familiares. “Flexibilidade é muito importante na conciliação da carreira com a maternidade. Quem pensa que excelente mãe é aquela que acompanha tudo o que o filho faz, o tempo todo, engana-se, pois uma relação saudável com o filho é construída na qualidade do vínculo mãe-criança, e isso não tem a ver com um maior número de horas disponíveis para ele”, pondera. Para ajudar as futuras mamães a agirem antes, durante e depois do período de licença-maternidade, de forma a manter o emprego em paralelo à atividade materna, o consultor de Recursos Humanos e vice-presidente da Associação Paulista de Gestores de Pessoas (AAPSA), Reinaldo Chaguri, dá algumas orientações. “Uma mulher grávida que quer sair da empresa com uma boa imagem profissional, deve tomar a iniciativa e preparar o terreno para minimizar problemas de ordem funcional que a saída pode provocar ao setor ou ao departamento onde trabalha”. Ele recomenda: Antes da licença • Esforçar-se para manter o ritmo de trabalho, respeitando os limites da saúde e evitando, portanto, receber avaliações negativas de sua competência profissional; • Antecipar-se e, num diálogo franco com seu líder, dispor-se a treinar outra pessoa para substituí-la; • Deixar preparado, e por escrito, roteiros, passo a passos, indicações e nomes de contatos (além de todo tipo de informação) que venha a facilitar o trabalho de seu (sua) sucessor (a); • Esforçar-se, até mesmo com horário suplementar no trabalho, para mostrar ao líder sua preocupação com a sua ausência posteriormente; • Faltar ou chegar atrasada apenas em situações inevitáveis. É preciso deixar transparecer ao líder, e ao ambiente de trabalho, que tais faltas ou atrasos são, de fato, necessárias e não abusivas. Durante a licença • Quando entrar em licença, a profissional não deve demonstrar que esqueceu a empresa completamente. Se agir dessa forma, deixa a sensação, para o líder, que ela tinha um baixo comprometimento com a corporação. É importante, vez ou outra, telefonar para saber como vão as coisas ou se sua substituta precisa de alguma informação ou orientação. • Receber visitas de colegas para se informar ou enviar mensagens diretas ou indiretas também é importante. Essa atitude fortalece mais o vínculo com o líder e em consequência com a empresa. Ao retornar à empresa • No retorno à empresa e nas primeiras semanas, a profissional não deve fazer comentários aos colegas ou ao líder do tipo “eu tenho direitos legais” ou “tenho estabilidade como gestante”. Essa atitude enfraquece a profissional que passa a ser vista como não comprometida ou insegura. Ainda nos primeiros meses do retorno, deve se organizar em casa para evitar faltas ou atrasos constantes. Um líder voltado a resultados não vê com bons olhos esse comportamento, podendo, em alguns casos, entender como exagero ou abuso. Seguida as orientações dadas por Chaguri, se ainda assim a profissional for desligada da empresa, deve atribuir seu insucesso a alguns destes fatores, que ele cita. “Os casos de demissões, depois de encerrado o período de estabilidade, têm sua origem, normalmente na alienação total do trabalho durante o afastamento, faltas e atrasos antes e depois com uma dose de exagero ou sensação, para o líder, de abusos e, por fim, queda na produtividade ou na eficiência, seja pela baixa disposição física ou mental, ou por deixar evidenciado demais que o filho está em primeiro lugar".

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Estágios infantis


Os estágios de Arthur Gabriel


0 meses de idade


  1. Com 0 meses de idade, Arthur dormia bastante.A interação com as pessoas era apenas de olhar para elas, comigo ele olhava com uma expressão de surpresa.
    Pelo menos, eu pensava que era surpresa.Quando estava chorando, parava de chorar quando eu me aproximava e ouvia minha voz.
    Tinha um contato mais profundo com o pai.

    02 meses de idade
    Arthur olhou zangado para a enfermeira que aplicou a injeção de vacina nele, como que reclamando.
    Comigo, me olhou de forma mais consciente e mais inteligente. penso que os teóricos da Educação registraram em seus apontamentos apenas o que conseguiriam provar, de forma científica ancorados em valores universais.
    Nesse período dormiu um pouco menos.

    03 meses de idade
    Já algum tempo, Arthur segue com os olhos. Colocou mais intensidade no olhar. Parece que compreende o que acontece.
    Olha os alimentos com interesse, parece que quer comer.
    Já distingue ele mesmo de mim e dos outros. Observa e suga as mãos.
    Dá sorrisos e gargalhadas.

    04 meses de idade
    Permito-me encostar alguns alimentos na boca do Arthur, para ele sentir o sabor. Parece que gostará de pão e doce.
    Esgota todo o leite dos seios, e são mais freqüentes suas mamadas. Penso em introduzir outros alimentos na sua dieta, já que eu vou trabalhar quando ele estiver com seis meses;
    Estou cansada, pois ele é o quarto filho e não consigo dormir de noite por causa das mamadas.
    Vou iniciar com o leite Nan agora e com papas de frutas com cinco meses.
    O Arthur “fala” alguns sons guturais e solta sons altos. A interação dele com as pessoas ao redor está cada vez mais animada. Desperta um carinho e um amor imensos, pois é uma criança bonita e meiga.




quinta-feira, 17 de setembro de 2009

REFLEXÕES SOBRE A MORAL


CONSIDERAÇÕES SOBRE A MORAL



O primeiro erro da moral teórica é confundir a explicação e a normatização, conhecimento e prescrição, segundo Ives de La Taille.
A moral é normativa, como assinala Levy-Brhul, e porque é normativa não pode ser teórica.
È preciso separar o universo do “ser’ daquele do “que deve ser”. O que representa o bem e o mal? Explicar o que é moral depende de um método não especulativo: o método científico.
A ciência dos costumes deve procurar conhecer as leis que regem o universo moral humano. Não se deve pensar no estabelecimento de uma prática engessada.
A religião, a moral, a política, repousam em um pensamento épico, as regras e as normas são históricas e contextualizadas.
Então não se deve pensar nelas como uma herança pronta e observando, devemos perceber que elas variam de uma cultura para outra.
O Juízo de valor é estabelecido observando critérios morais.
Para a criança, é um choque muito grande, pois os valores que são considerados como corretos dentro de sua casa pode ser contrário as regras das escolas.
Por ter essa natureza, as questões morais podem ser objeto de investigação científica.
A questão que me intriga é que isso é de uma obviedade muito grande e foram escritas várias obras para se dar conta disso.
Provavelmente foi por que eu nasci em uma época onde as mitificações em torno de algumas construções humanas já estavam tomando um caráter realista.
Quando eu entrei na Faculdade, ainda estavam colocando como importante a percepção de que a Matemática foi uma construção humana e que tem o seu histórico.
Hoje os livros didáticos mostram a História da Matemática de forma resumida antes de começar a exposição das contas de aritmética e o estudo do algoritmo.
Considero esses valores como positivos e é de fundamental importância o desvendamento do mundo, a desconstrução de idéias, a práxis no seu verdadeiro sentido.
Talvez isso seja uma idéia positivista, entendida como um desdobramento da idade iluminista.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Não existe almoço grátis


Não há almoço grátis

Onde ouvi isso? Parece-me que foi da Suzana. Certas coisas estão fazendo sentido agora na minha vida, com a prática, com a realidade histórico crítica.
Reflito sobre isso.
Uma criada, por exemplo. Ela pode pensar que seus patrões levam uma vida próspera e sem problemas. Pode ficar intrigada com o controle, com a economia com a restrição a certos alimentos.
Pode não valorizar a água que gasta, a luz, o alimento e algumas roupas que ganha de seus patrões.
Lógico que existem patrões e patrões. O emprego doméstico tem esse preconceito embutido por ser uma categoria substitutiva do labor das escravas nos tempos coloniais. O Brasil é escravagista e colonialista.Senti isso na pele.
Empregados, por exemplo, são todos os que exercem uma função em troco de um salário, de um vencimento.
Existem empregos prestigiados e desvalorizados.
Mas quando se refere a uma doméstica, sempre falam “Ah, é a empregada” .
E as pessoas pobrezinhas sempre têm a mania de achar que os mais favorecidos economicamente têm a obrigação de mimá-los com cestas básicas, agasalhos, calçados. Esquecem que na vida não tem almoço grátis.
São coitadinhos, são pobrezinhos. Precisam de um almoço grátis.
Uma vez, atendi um mendigo querendo dinheiro com o pretexto de comprar um pãozinho.
Disse a ele que não tinha dinheiro, mas que havia acabado de fazer o almoço e que se ele quisesse, poderia lhe oferecer esse almoço, coisa simples, pois não tinha feito as compras do mês.
Em um pote de plástico coloquei o que havia: arroz, feijão, ovo frito (fumegando) e alface.
O mendigo recebeu o pote, cheirou, resmungou, fez uma careta e perguntou:
__Não tem carne?
__ Não, eu não fiz compra ainda. __ como se fosse a minha obrigação dar satisfações da minha vida privada a esse senhor ilustre.
__Ah_ desanimado__ Obrigado.
Saiu, carregando o pote na sacolinha de plástico.
Adiante, como se não importasse se eu estava ou não o observando, destampou o pote, virou toda a comida na calçada, sujando a calçada da vizinha.
E levou meu pote embora. E a minha colher também.
Bateu palmas na próxima casa com a mesma lenga.
Bem, hoje, perturbo as pessoas que estão ligadas às secretarias de educação da vida com os meus dilemas financeiros e existenciais. Sei que sou um pé no saco. Sei que fiz mais filhos do que manda o bom senso. E se não fosse o abençoado Dr. Japonês faria mais uns dois. Era boa nisso, mesmo com anticoncepcional, bendita fertilidade.
Mas eu estou determinando aquilo que é meu, que eu lutei para conquistar.
Não estou pedindo um almoço grátis e nem um troquinho para tomar um marafo.Não obrigada, eu não bebo.
E não viro potes de comida na calçada. Procuro fazer um bom trabalho. Sei o valor da coisa e o sacrifício que leva.
Obrigada, Suzana Menin. Não chores por mim.
Aprendi a me cuidar.
Entendi que não tem mesmo almoço grátis.
“ Comerás a Patrícia com o suor do seu rosto” . Ops!
A Patrícia comerá com o suor do seu rosto e com a força da sua garganta e da sua pedagogia e didática e blá, blá.





quinta-feira, 10 de setembro de 2009